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30/06/2021 - Minério caro e escasso afeta indústria do gusa em Minas


Usinas
que fornecem a matéria-prima do aço vivem melhor fase dos últimos
12 anos, mas o custo de produção mais que dobrou em 2020 e pode
comprometer cenário.



Sete
Lagoas, polo industrial da Região Central de Minas Gerais e 11ª
economia do estado, vive um inusitado momento de oferta de algumas
vagas superior ao número de currículos entregues aos departamentos
de Recursos Humanos das empresas. O surpreendente descompasso num
Brasil de desemprego elevado reflete uma das faces da expansão das
vendas dos produtores independentes de ferro-gusa, matéria-prima
usada na fabricação do aço.



Com
o impulso da valorização do dólar frente ao real, as
exportações dessa indústria tradicional em Minas deslancharam,
levando ao religamento de fornos e marcaram 2020 como período de
crescimento que não se esperava em plena pandemia do novo
coronavírus.



O
bom resultado, no entanto, esbarra em outro desafio para o setor,
imposto pelo aumento dos custos com minério de ferro granulado
– um dos principais insumos da produção, junto ao carvão vegetal
– , consequência do mesmo câmbio alto e do empobrecimento das
jazidas minerais do estado.





O
carvão também encareceu.


O
Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-
MG) estima aumento de quase 120% do preço pago pelo minério no ano
passado, baseado na metodologia internacional Platts, de precificação
de produtos agrícolas e minerais. A despesa com o carvão teria
dobrado.



O
descolamento dos preços das matérias-primas preocupa o setor e pode
comprometer o desempenho da indústria, afetando as previsões para
um 2021 também promissor em demanda tanto no mercado internacional
quanto no Brasil, segundo o presidente do Sindifer-MG, Fausto Varela
Cançado.



“O
problema mais sério e que se agrava é a falta do minério
granulado. Podemos perder nossa competitividade no exterior num
momento em que o país precisa do crescimento econômico”, afirma.




A
média de aumento da tonelada do gusa é estimada em 66% em 2020.



A
produção da indústria mineira do gusa cresceu 11% no ano passado,
tendo alcançado 3,9 milhões de toneladas. As exportações, que
combinaram retomada das compras principalmente da China e Estados
Unidos com a conquista de novos mercados, avançaram 37,5%, fechando
2020 em 2,750 mihões de toneladas.



Foi o melhor
desempenho dos últimos 12 anos que se seguiram à crise financeira
internacional de 2008/2009.



À
subida exponencial dos preços do minério de ferro se juntou a queda
do teor de ferro da matéria-prima, fator que implica ainda maior
impureza do material, sobretudo com mais sílica.



“Isso
gera mais escória. As empresas passaram a gastar mais minério e
carvão para produzir a mesma tonelada de gusa. A grande preocupação
é que tenhamos minério de ferro de qualidade e preços ajustados
dentro dos nossos custos”, diz o presidente do Sindifer-MG.



Nas
estimativas de Bruno Melo Lima, que comanda a Metalsider, de Betim,
na Grande Belo Horizonte, o volume de resíduo subiu de 100 para 450
quilos por tonelada de gusa. “A qualidade do minério piorou de tal
forma que elevou os custos da nossa produção a um patamar que a
gente jamais poderia imaginar”, afirma. Minério e carvão vegetal
representam cerca de 80% do custo de produção do setor.



Licenciamento



Fausto
Cançado informa que tem conversado com os representantes das
mineradoras – os fornecedores são pequenas e médias empresas –
para tentar solução.



O Sindicato da Indústria Mineral
de Minas Gerais (Sindiextra) debita o desequilíbrio na oferta das
pequenas mineradoras à indústria do gusa a uma combinação de
fatores que impacta no alongamento dos prazos de fornecimento.



De
acordo com Cristiano Monteiro Parreiras, assessor do Sindiextra, além
do aumento da demanda dos produtores de gusa, influenciada por fornos
religados no ano passado, as mineradoras têm encontrado dificuldades
para entregar a matéria-prima na qualidade especificada.



“Há
várias pequenas empresas que estão abrindo projetos para atender a
indústria guseira. Apesar de todas as melhorias no processo de curso
dos licenciamentos eles enfrentam demora”, afirma.



Procurada
pela reportagem do Estado de Minas, a Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que vem
trabalhando no aperfeiçoamento dos procedimentos de análise de
processos administrativos de licenciamento ambiental.



Segundo
a nota da pasta, programa adotado em 2018 permitiu reduzir passivo de
2.335 processos de licenciamento para 620 neste ano. “A expectativa
total do passivo é até o final do ano de 2022”, destaca a Semad.



Processos
Além de metas estabelecidas “para produtividade para finalização
de análise de processos administrativos”, a secretaria menciona
medidas visando à simplificação e redistribuição de processos
para as regionais com o objetivo de eliminar a fila de pedidos.



Até
dia 16 deste mês, a pasta informou que há 34 processos
administrativos de licenciamento ambiental para empreendimentos de
lavra a céu aberto para minério de ferro e 15 processos
administrativos de licenciamento ambiental para empreendimentos de
atividade siderúrgica e elaboração de produtos sisderúgicos com
redução de minérios, inclusive ferro-gusa.



As
empresas requerem com esses processos, formalizados junto às
superintendências regionais de Meio Ambiente (Suprams), fases de
Licença Prévia (LP), de Instalação (LI) ou Operação (LO).



“Não
foram incluídos neste montante os processos de renovação de
licença de operação, presumindo a continuidade da operação pelo
instrumento de renovação automática”, diz a nota.




uma larga variação de preços do minério de ferro, que tem cotação
no mercado internacional. Considerando um preço médio, o Sindiextra
considera reajustes de 16% em dólar da tonelada comercializada em
2020 e de 56,57% neste ano.



As cotações da matéria-prima
mostraram arrancada desde o segundo trimestre de 2020 e o mercado
brasileiro não só foi a reboque, como também respondeu à
recuperação do consumo de aço na indústria da construção
civil.



O agronegócio, por sua vez, manteve sua
atividade, a despeito dos graves efeitos da doença respiratória
sobre a economia, garantindo ainda os fornecimentos aos fabricantes
de equipamentos.




Oferta
insuficiente preocupa



A
oferta insuficiente do minério de ferro granulado e a redução da
qualidade do insumo preocupam a indústria de ferro- gusa em Minas
num momento de previsões positivas para 2021.



São
46 usinas em operação no estado, três a mais na comparação com o
fim do ano passado, segundo o Sindifer-MG.



O crescimento
da produção, ancorado nas exportações e numa reação do consumo
no Brasil, se refletiu no religamento de fornos e no aumento do nível
de emprego, que passou de 7,5 mil ocupações em 2018 e 2019 para 9,1
mil em 2020.



Com
três fornos operados em Sete Lagoas, o grupo AVG confirma as
expectativas de repetir bom desempenho neste ano.



“O
setor está rodando à capacidade bastante elevada. Em termos de
demanda, assistimos a um mercado interno forte e, nas exportações,
Estados Unidos, Europa e Ásia estão bem presentes. As
matérias-primas é que criam esse ponto de interrogação”, afirma
Sílvio Moreira, diretor comercial da AVG.



Bruno
Melo Lima, à frente da Metalsider, observa que, de fato, as
exportações mostraram performance pouca vista pelo setor nos
últimos anos.



“Esperamos
um ano tranquilo de trabalho, considerando que as condições
cambiais não mudem e o mercado externo continue demandando a nossa
produção. Vejo com otimismo um cenário com as vacinas contra o
coronavírus chegando e o mundo saindo da crise provocada
pela COVID-19”, afirma.



Contudo, ele acha ainda
cedo para pensar em avanço da capacidade produtiva. “Não há
minério e nem carvão suficientes para expandirmos. A logísitica de
exportação está também muito carregada.”



No
que se refere à oferta de matéria-prima, o presidente do
Sindifer-MG, Fausto Cançado, observa que há a necessidade de
liberação de novas cavas de minério de ferro.



“Tem
de haver maior velocidade nos processos de licenciamento ambiental,
às vezes muito lentos”, diz. Na avaliação de Cristiano
Parreiras, assessor do Sindiextra, a perspectiva é de que a oferta
das mineradoras volte a se ajustar.



“Nossa expectativa é
de que o setor tenha um 2021 muito promissor e seja uma das molas
propulsoras da recuperação da economia brasileira.”



No
cenário de cautela com o qual trabalha Fausto Cançado, a indústria
mineira do gusa tem condições de repetir o bom resultado de 2020,
talvez até perdendo um pouco para o ano passado, tendo em vista a
base alta de comparação dos dados relativos ao volume produzido e
ao percentual de acréscimo dos embarques ao exterior.



“Não
produzíamos tanto quanto no ano passado desde 2008. A expectativa
agora é de que as exportações continuem firmes e com ampliação e
novos mercados, além da recuperação da demanda interna”, afirma
o presidente do Sindifer-MG.




vagas



Exemplo
da fase promissora da produção mineira de gusa, o polo industrial
de Sete Lagoas mantém entre 3,3 e 3,5 mil empregados diretos, maior
nível desde a crise financeira internacional, de acordo com
estimativa do Sindicado local dos metalúrgicos. Há 19 empresas
atuando no município.



Parte delas, como observa o
presidente da entidade, Ernane Geraldo Dias, religou ou tem planos de
religar fornos que foram abafados às vésperas de a pandemia do
coronavírus se instalar no Brasil.



O
setor tem encontrado dificuldades para preencher uma série de vagas,
como de operadores de fornos, supervisores de fornos e operadores de
pás carregadeiras.



A dificuldade pode estar ligada à
aposentadoria de profissionais nessas áreas durante o ano passado.



“Apesar
da pandemia, temos expectativa muito boa para a recuperação da
indústria em Sete Lagoas. Todas as empresas estão contratando”,
afirma Ernane Dias.




Fonte: Estado
de Minas / Foundry Gate

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Fonte: UOL Economia

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