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01/03/2013 - Ferro Gusa Brasileiro perde a competitividade.

Falta de infraestrutura e excesso de tributação estão tirando a competitividade do ferro gusa. Está é a avaliação do engenheiro Gustavo Corrêa, diretor presidente da Vetorial Siderurgia, maior empresa do ramo siderúrgico atuante no MS. Em uma entrevista exclusiva ao Painel Florestal, Gustavo Corrêa, diretor presidente da Vetorial – maior empresa do setor siderúrgico no Estado do Mato Grosso do Sul e uma das maiores do Brasil – explica porque acredita no desenvolvimento de todas as cadeias produtivas que envolvem plantios de eucalipto. No caso da Vetorial, a silvicultura serve de base para a produção do carvão vegetal, que é utilizado como fonte de energia e matéria prima na transformação do minério em ferro gusa. Painel Florestal - O uso do carvão vegetal faz com que o ferro gusa brasileiro e, consequentemente, o aço sejam mais competitivos? Gustavo Corrêa - Em termos de redutor, que é o termo técnico do insumo utilizado para transformar o minério de ferro em gusa e, consequentemente em aço, sim. Contudo, o aço e gusa brasileiros vêm perdendo competitividade por vários fatores estruturais do Brasil, já amplamente conhecidos: falta de infraestrutura, questões fiscais, questões trabalhistas, falta de produtividade e por aí vai. Ou seja, os problemas do setor do aço não estão no modelo energético do carvão vegetal. Pelo contrário. Os problemas existem, são complexos e precisam ser resolvidos em nível de País. Painel Florestal - Por que é possível afirmar que as florestas sustentáveis para abastecer a indústria de ferro gusa a base de carvão vegetal podem tornar-se um grande agronegócio no Brasil? Gustavo Corrêa - O País tem condições, conservadoramente, de produzir 20 milhões de toneladas de gusa e/ou aço a base de carvão vegetal por ano. Isso representa um consumo de aproximadamente 15 milhões de toneladas de carvão vegetal por ano. Traduzindo em área plantada e investimentos, estaríamos falando em aproximados 2 milhões de hectares de eucalipto somente para produção de carvão. Entre investimentos florestais e na indústria do carvão, estamos falando em cifras na casa de R$ 20 bilhões de investimentos e dezenas de milhares de empregos. Painel Florestal - O Brasil tem grande potencial florestal inexplorado. Você crê que é possível utilizar áreas degradadas para o plantio de eucalipto voltado também para o carvão vegetal? Gustavo Corrêa - Sem dúvidas. O País tem somente 7 milhões de hectares de silvicultura. Isso, para um país de 8,5 milhões de km2 (850 milhões de hectares) e uma vocação inegável para reflorestamento, é muito pouco. Temos, somente em Mato Grosso do Sul, 8 milhões de hectares de pastagem degradadas. Dá para imaginar o que se tem de oportunidade no horizonte. Painel Florestal - Na sua avaliação, só o Governo Federal é capaz de montar um projeto estruturador para esta cadeia produtiva? Gustavo Corrêa - O empresariado brasileiro é muito competitivo, trabalhador e criativo. O País precisa dar as condições macro para um ambiente seguro e longevo. É o que está faltando, não só para a siderurgia e silvicultura como para a maioria senão a totalidade dos setores. Painel Florestal - Em sua opinião, em quanto tempo teremos a sustentabilidade com o ferro gusa verde? Gustavo Corrêa - Entre 5 e 10 anos no máximo, 100% do gusa a carvão vegetal deverão ser de florestas plantadas mas isso, isoladamente, não pode ser considerado uma boa notícia. Deveríamos estar aumentando exponencialmente a produção de gusa e aço a carvão vegetal e isso não está acontecendo. Mas por quê? Pelas razões que comentei antes: falta de competitividade do Brasil. Painel Florestal - Na sua região, como andam os investimentos na formação de florestas comerciais produtivas em áreas degradadas? Gustavo Corrêa - Em larga expansão. Atuamos em Mato Grosso do Sul, que passou de 300 mil hectares para 600 mil hectares em poucos anos. Um incremento de 100% em menos de 5 anos. Painel Florestal - Quanto a produção de ferro gusa deve crescer este ano? Gustavo Corrêa - A produção de gusa a carvão vegetal deve se manter estável em relação a 2012. Algo em torno de 7 milhões de toneladas para os produtores independentes de gusa e outras 2 a 2,5 milhões de toneladas de produtores de aço a base de carvão vegetal. Esse número é muito baixo, pois há capacidade instalada no País para mais de 13 milhões. Reflexo, de novo, da falta de competitividade do Brasil. É verdade que a conjuntura internacional não está ajudando a siderurgia. Mas se estivéssemos fazendo bem a nossa parte como País, seguramente os números seriam muito mais auspiciosos. Painel Florestal - E os preços do ferro gusa nos mercados interno e externo? Gustavo Corrêa - O minério de ferro recuperou as perdas de 2012 e está com bons preços. Já o aço e gusa ainda estão defasados. Há uma expectativa de leves melhoras no preço, nada muito expressivo. Painel Florestal - As florestas de eucalipto de Mato Grosso do Sul são suficientes para produzir carvão vegetal para as indústrias de ferro gusa e depois o aço? Gustavo Corrêa - Ainda não. Mas os plantios em curso atualmente já são mais do que suficientes para abastecer a produção, e alguma expansão, entre 4 ou 5 anos. Painel Florestal - A produção de gusa é uma maneira de agregar valor ao minério de ferro, abundante no Brasil. Melhor ainda se este gusa for feito à base de carvão vegetal oriundo de reflorestamento? Gustavo Corrêa - O efeito multiplicador do ferro gusa a carvão vegetal na economia brasileira é muito expressivo. Enquanto que o gusa ou aço a coque (carvão mineral) não traz os mesmos benefícios à medida que boa parte dessa geração de riquezas fica nos países que exportam a matéria prima para o Brasil. Além disso, e não menos importante, a silvicultura tem um efeito social fantástico de retenção da população no campo, com empregos dignos e salários atraentes. Painel Florestal - O fato de o carvão vegetal ser uma fonte renovável o torna melhor que o coque, que é um recurso esgotável de origem fóssil? Gustavo Corrêa - Se pensarmos globalmente, sem dúvidas. A siderurgia a carvão vegetal se assemelha ao combustível alternativo, como álcool e biodiesel. É como comparar o petróleo ao coque e o carvão vegetal ao etanol. Fonte: Painel Florestal News/ Foundry Gate

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Fonte: UOL Economia

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